A solidão dói. Máscara de gelo que envolve meu corpo. Rachaduras que não se sabem passagem ou tampão pra um eu mais macio, se ainda me lembro que é maciez. Quilômetros separam-me de ti. Insistem em se alongar, criam espaços infindos e instransponíveis, onde nenhuma ponte tem engenharia possível. E já nem sei em mim o que é carência, falta, desejo ou simples tesão. A faísca me atrai, irresistíveis dez segundos de amor. Em seguida cai, obsoleta, inerte, errônea.
Haverá calor suficiente pra que Antártida se degele?
quinta-feira, 30 de abril de 2009
domingo, 26 de abril de 2009
domingo, 19 de abril de 2009
Não
Não me queira
não me toque
não me olhe
não me cheire
não me fale
não me veja
não me inspire
não me lamba
não me morda
não me alcance
não me beije
não me atice
não me escute
não me falte
não me escorra
não me prenda
não me ame
não me pingue
não me deixe te amar
não me toque
não me olhe
não me cheire
não me fale
não me veja
não me inspire
não me lamba
não me morda
não me alcance
não me beije
não me atice
não me escute
não me falte
não me escorra
não me prenda
não me ame
não me pingue
não me deixe te amar
terça-feira, 14 de abril de 2009
sábado, 11 de abril de 2009
quinta-feira, 9 de abril de 2009
letras de saudade
tu
teu cheiro
nós
em laços
subindo
subindo
coração era uma flor
que se entregava
delicadeza dum afago
como o buquê que me destes
minha língua
nada diz
apenas aguarda
lembrando o encontro da tua
e a festa que fazia
por existirmos
minha pálpebra
recusa-se
a abrir-se ao mundo
sem tua presença
o coração
esqueceu-se
pensa que bater é questão de capricho
paralisa meu sangue
corta minhas veias
sufoca meu ar
teu cheiro
nós
em laços
subindo
subindo
coração era uma flor
que se entregava
delicadeza dum afago
como o buquê que me destes
minha língua
nada diz
apenas aguarda
lembrando o encontro da tua
e a festa que fazia
por existirmos
minha pálpebra
recusa-se
a abrir-se ao mundo
sem tua presença
o coração
esqueceu-se
pensa que bater é questão de capricho
paralisa meu sangue
corta minhas veias
sufoca meu ar
pinga de tua boca
o fel com que me feriste
traça no chão
um torto caminho
gota após gota
sangue
saliva
suor
excretos que se misturam
comigo
com a poeira
que juntos construímos
a língua agora toca
céu de veneno
e meu sexo despreza o teu
com as unhas
me rompes o peito
deixas à mostra
coração em sangue
amarrado
algemado
petrificado
vivo
o fel com que me feriste
traça no chão
um torto caminho
gota após gota
sangue
saliva
suor
excretos que se misturam
comigo
com a poeira
que juntos construímos
a língua agora toca
céu de veneno
e meu sexo despreza o teu
com as unhas
me rompes o peito
deixas à mostra
coração em sangue
amarrado
algemado
petrificado
vivo
a violência dos teus olhos
invade-me
sem dó
com um giro de olhar
contorço minhas pernas
fecho-as
forte
no momento seguinte
os olhos novamente
encontram-se
fazem encontrar
todo meu corpo
em teu corpo
cola-os como amantes
infiéis
que se grudam em todo lugar
penetras-me
e finges não saber
que teu sangue escorre em mim
e teu sêmen me invade
explodindo o oco útero
invade-me
sem dó
com um giro de olhar
contorço minhas pernas
fecho-as
forte
no momento seguinte
os olhos novamente
encontram-se
fazem encontrar
todo meu corpo
em teu corpo
cola-os como amantes
infiéis
que se grudam em todo lugar
penetras-me
e finges não saber
que teu sangue escorre em mim
e teu sêmen me invade
explodindo o oco útero
domingo, 5 de abril de 2009
cru
quero verdade verdadeira
e mundo sem medo
quero inteiro
sentido
vivido
cheirado
quero amor
e mais amor
louco
de tanta sanidade
quero olho que veja
e boca que diga
mundo revirado
verdade revelada
sensibilidade tocada
humanidade.
será possível que é tanto o que peço?
e mundo sem medo
quero inteiro
sentido
vivido
cheirado
quero amor
e mais amor
louco
de tanta sanidade
quero olho que veja
e boca que diga
mundo revirado
verdade revelada
sensibilidade tocada
humanidade.
será possível que é tanto o que peço?
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