terça-feira, 5 de maio de 2009

Eu, na verdade não sei. Não sei como definir essas coisas tão inexatas como querenças e existenças. Eu tenho sempre muitas dúvidas, e talvez na verdade goste delas. Pode alguém gostar das próprias dúvidas? Eu acho que não sirvo pra falar, pra dizer, definir alguma coisa ou alguém. Eu gosto dessa região turva e estranha do pensamento inacabado. Até meu cabelo é turvo e estranho às vezes. Às vezes preto, às vezes castanho e com o sol ele de quando em quando chega a um quase loiro. Meu olho fala tanto de mim que quase cala, tão confuso deixa quem vê. Eu acho que eu pareço um olho pendurado num chumaço de cabelo turvo e claro, num suporte estranho de peles e ossos. Deve ser por aí. E dentro desse olho e cabelo e pele e osso tem sempre uma coisa que borbulha, um não-sei-o-que de quente e de vazio e de explosão também. Mal cabe tanta coisa. E às vezes realmente não cabe. Escorre viscoso e me assusta. Às vezes eu também sou susto. Talvez até muitas vezes.

STL

São Thomé das Letras
São Tantas as Letras
Saudades Tensas em Letras
Letras de Saudade em Tinta
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Livra a Tensão Suave
Sobe Livre de Ti
Trouxe o Santo Libério
Sem
Ti
Louca-me

sexta-feira, 1 de maio de 2009