domingo, 18 de julho de 2010

o peito aperta
turbilhão de pensamento
sentido
sensação

amor

o que me resta
é saudade
poesia
e o gosto fresco do último beijo

quinta-feira, 15 de julho de 2010

escrita

salvadora de mim mesma

sábado, 3 de julho de 2010

E me desculpo, no caminho, por aqueles que não têm essa coragem.
Por todos os que me disseram não e pretenderam que eu neles acreditasse.
Por todos os que agora fazem parte do quadro de minha história.

Me fortaleceram, decerto. Mas trouxeram também o sabor ocre, de vida sem vida, sem cor, sem luz, sem amor. E, o pior, a idéia de que isto é viver, certamente.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Eu entendo que eu seja inevitável. A questão é que eu gosto dessa inevitabilidade. A minha vida inteira eu soube que esse momento chegaria, que eu precisaria de ouvir o que é minha essência pra então entender o que era pra ser eu. Inevitavelmente eu. Conseqüentemente eu. E gostar da infalibilidade desse destino. E das falências dos planos anteriores, de tantos planos, de tantos gestos, de tantos pensamentos. E pensar que agora é só luz, só ar, pó iluminado naquele feixe claro que sai da janela dos meus olhos, ecoa no infinito de fora e rebate num peito aberto e vermelho.

pulsão

A vontade de ir embora pressiona as veias arteriais. O sangue é bombeado 489 vezes. O coração se acelera, pára bruscamente, recomeça, em staccato, pra depois perder novamente o ritmo e andar quilômetros por passo.

Deus errou a medida de vida e me explodiu em eternidade.

escrita

Escrever pra que?
Quer coisa mais inútil do que essas palavras marcadas no papel ou na tela do meu computador?
De que serve dizer-me, contar-me, inventar histórias e personagens que antes de tudo só servem praquele propósito inicial de fazer manar um pouco da minha história e da minha dor. Fazê-las mais suportáveis e talvez um pouco menos dignas. Ou girar ainda o vórtice do meu peito e irromper em lágrimas e espirrar sangue e na visão embaçada enxergar que não há como fugir.
A poesia é irretornável.
E sentar, trôpega, ofegante, e escrever, escrever, escrever, sem hora pra acabar, sem dia seguinte que chegue com afazeres tão mundanos, tão mesquinhos. E olhar a própria tela de palavras sendo apenas capaz de desfazer-me diante da inevitabilidade. Sou mulher. Sou frágil. Sinto muito.