quinta-feira, 1 de julho de 2010

escrita

Escrever pra que?
Quer coisa mais inútil do que essas palavras marcadas no papel ou na tela do meu computador?
De que serve dizer-me, contar-me, inventar histórias e personagens que antes de tudo só servem praquele propósito inicial de fazer manar um pouco da minha história e da minha dor. Fazê-las mais suportáveis e talvez um pouco menos dignas. Ou girar ainda o vórtice do meu peito e irromper em lágrimas e espirrar sangue e na visão embaçada enxergar que não há como fugir.
A poesia é irretornável.
E sentar, trôpega, ofegante, e escrever, escrever, escrever, sem hora pra acabar, sem dia seguinte que chegue com afazeres tão mundanos, tão mesquinhos. E olhar a própria tela de palavras sendo apenas capaz de desfazer-me diante da inevitabilidade. Sou mulher. Sou frágil. Sinto muito.

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