sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Silenciosamente, ela pede para que aconteça. Sua vida amorfa e um tanto quanto acinzentada pulsa e pede mais, e ela não sabe bem pra onde. Só sabe que segue, sem destino. E pede, pede muito. Venha! o que quer de mim? Diz ela nas noites em que o comichão se instala no peito e o quarto fica cada vez mais pequenino, tão pequeno que as paredes encostam em toda a superfície do seu corpo vibrante e ela grita, e chora, e olha para a janela e pede, mais uma vez, implora para que aconteça. Me dê, eu quero. E sai de si, e, sempre em lágrimas, dança até expulsar as paredes de volta ao seu lugar, rodopia, salta, canta. Até cair exausta novamente na cama num momento fugaz de suspiro aliviado antes que percebam que ela adormeceu e pode novamente ser envolta por concreto.

2 comentários:

  1. Luna...

    Na enseada do teu corpo, repousam ainda todos os sonhos, todos os desejos, todas as aventuras...

    BjO´ss
    AL

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  2. ... e por isso eu agradeço. Tanto, tanto ...

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