Tom Zé: "é, não são as outras não. São vocês que transam sem gozar".
estranho o mito da liberdade sem liberté, do sexo sem (será?) prazer e das fêmeas a-sexuadas (ou pelo menos a-orgasmáticas, quem sabe até a-clitorianáticas, seja lá como se diga isso).
Não só a culpa de Eva nos despenca à cabeça, pesando ao menos 3 mil kg em cada mulher. A modernidade e a revolução sexual trouxeram mais alguns kgs de maçazinhas.
Agora além do pecado original e do sexo como errado e despudorado - e quem dera esse pudesse ser um sentimento de verdadeiro despudor - evas modernas têm que se ver com mais uma obrigação: gozar.
Claro.
E não adianta vir com essa desculpa de sentir-se culpada (com o perdão do trocadilho)! Afinal de contas a revolução sexual libertou as fêmeas deste fardo e é impossível que com tantos peitos, bundas e sexo vendidos aos olhos alguém ainda tenha coragem de se sentir inseguro ou incerto. Aliás, o que que é isso mesmo?
A bem dizer posso me considerar típica mulherzinha moderna pra trepar. Morro de tesão (pelo menos na maioria das vezes), adoro provocar e atropelo etapas facilmente. Consumo e perco o mistério da saia no joelho logo no primeiro dia. Mantenho a pose de mulher sarada e tarada - a essas alturas louca pra dar e aliviar um pouco a agonia do tempo que passa, enlouquecida com minha própria vida - e pouco tempo de preliminares depois - afinal, tempo é dinheiro - e o enorme desejo de invasão se torna tão grande quanto irresistível. Só acho que nesse caso nossa grande máxima acaba se entortando. É verdade que a propaganda é a alma do negócio - será que é por isso que continuamos dando por aí? - mas o desfecho dessa história costuma ser um tanto quanto frustrante. Depois de tanta pele e superfície, de exibir toda a propaganda de si em míseros minutos, a invasão ocorre apenas superficialmente, por qualquer buraco que temos. Não importa o tamanho do instrumento da invasão - embora, é claro, a propaganda dos avantajados seja "naturalmente" (com tudo o que há de natural em uma propaganda) mais sedutora. Ela é sempre curta e desorganizada, como as tentativas de greve em Belo Horizonte. Tenta uma entrada aparentemente aprofundada mas de força invasora tão tímida que não só não passa despercebido como também infelicita toda a alma vitrinada minutos antes.
Por outro lado, vitrines também que somos de um sexo livre e selvagem, fugimos - como boas atrizes em palco público - mas o que será um palco privado?? - - para ter o homem que sobrevoa a cidade, inflado de ego, nos dando sossego ao menos temporário durante sua viagem.
Devo agradecer, no entanto, aos publicitários. Sem eles talvez já tivesse me entregado à vida monacal.
Ou aprimorado a intenção de gueixa imemorável.
Luna
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