terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Seus cabelos eram azuis. Ou talvez lilás, verde-água, com rajadas amarelas.
A boca, muito vermelha, anunciava o gozo de sua existência.
A sombra verde que seus olhos produziam no rosto pálido e magro reluzia ao invés de dormir.
A sombrancelha tinha tons roxos, que se mesclavam ao marrom do nariz.
Uma linha azul escura caminhava em torno daquela mulher, protegendo-a como a um filho sem mãe.
Rajadas amarelas e arco-íricas provavam sem êxito ultrapassá-la.

Um dia a mulher divertiu-se com a pequena rosa que nascia sob a aspereza do asfalto cinza em frente à sua casa e a aquarela mesclou para sempre sua existência multicor.

2 comentários:

  1. Ter olhos de criança à vida...se surpreender com o q aos nossos olhos está...é como a pedra de Drummond...adorei!

    Tenho um texto, que ainda não publiquei que trata sobre as cores tb...

    Que bom que me encontrou! Meu email para ti tb... degustacaoliteraria@yahoo.com.br. Vamos sim encontrar "os nossos" aqui em BH....

    Passe sempre por lá.

    Abraços

    ResponderExcluir
  2. Olá.. mas que poema doce senhorita.. colorido e cheio de oscilações.. Esse poema nos obriga a enxergar as coisas do modo dele, a juntar as cores à essência de cada palavra concreta..
    Adorei o seu espaço..
    Fiquei contente também por ter apreciado o meu..
    Beijão!!

    ResponderExcluir