há olhos que têm em si
a flecha que atravessa
adentram meus olhos, surpresos
descendo pela cachoeira da alma
se banham no oceano de mim
e quando os busco, toalhas em mãos,
pedindo que por favor se vão,
se riem, nadando-me
ferozes batedores de braços e pernas e mãos e peitos e bocas e nus
- porque no oceano de mim só se entra nua -
dilaceram meu pudor
sentei-me então à beira da praia
contemplando a poesia
num mergulho e solto as vestes
- que me prendem -
e sorrio, nua, nosso encontro

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