Amontoado de órgãos e pêlos,
pele e sangue,
vias rápidas e lentas que me levam até você
Um passo adiante e todos os órgãos travam
como o jumento que se nega a ir adiante
E na força da brusca parada se batem uns nos outros
e estatelam dentro de mim, esparramados
Tentam voltar ao lugar e à ordem mas eles também já não a entendem
e o pulmão escorre pelas pernas
o coração insiste em tomar o lugar da cabeça
o estômago brigando que o novo peito tem ele sim
De repente os olhos te vêem passar
e todos os órgãos, se batendo por dentro, tentam encontrar a forma de darmos qualquer passo
caímos, no desengoçar do próprio infinito
As vísceras saudando o amor
sem perceber que será ele a penetrar tudo com a ordem de despejo da lógica em mãos

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